sexta-feira, 24 de março de 2017
terça-feira, 21 de março de 2017
"Louco Amor" com Nicobates no Old School
Show terá versões e músicas autorais de clássicos do rock, folk e música pop paraense. Vai ser no happy hour do Old School Rock Bar, na lá Av. Wandenkolk, 1075.
Na sexta, 24, o Nicobates (meu alterego musical) vai inaugurar o projeto “Louco Amor”, no Old School Rock Bar. Vai tocar e
cantar (violão e voz) acompanhado de Silvio Joseph, na bateria, um dos integrantes
da sua nova banda, “Os Amadores”.
Vai ser uma gig diferente, com a cara do Old School. Eles
vão tocar versões turbinadas no rock de alguns clássicos do brega paraense,
além de clássicos (no rock mesmo) de Lou Reed, David Bowie, Talking Heads, Led
Zeppelin, Morrisey, The Cure, Elvis, entre outros, passando por Ira!, Camisa de
Vênus, Roberto Carlos e até Beto Guedes. Sim, vai ser um som eclético, mas com
essa pegada folk rock, dando espaço também para Raul Seixas e Johnny Cash.
Haverá a participação da Thalia Sarmanho, que tem se
destacado com a banda Feira Equatorial. E
d’Os Amadores, que se juntam na terceira hora para mostrar um pouco do nosso
som autoral e turbinar outros covers. Vai ser naquele horário que você sai do
trabalho, happy hour, entre às 18h e as 21h. Quer mais?
Então vem e canta uma música conosco.
SERVIÇO:
Show Louco Amor - Nicobates
Participação de Thalia Sarmanho e Os Amadores
Dia 24 de março de 2017 - SEXTA-FEIRA
Happy Hour do Old School Rock Bar - Av. Alm. Wandenkolk, 1075
Das 18h às 21h
Couver artístico: R$ 5
sábado, 18 de março de 2017
Logan: matar e morrer
Fui assistir “Logan” ontem, depois de uma longa temporada distante
das telonas. Penso que vale o registro, pois até a Universal tem uma vinheta
nova e eu não conhecia. Mas vamos aos fatos a serem registrados sobre o filme.
Quando era garoto e lia “quadrinhos adultos” dois temas
caracterizavam esse gênero em específico: sexo e violência. Era o que nos atraía,
afinal. Tinham as reflexões filosóficas, em alguns casos, mas elas estavam
intrinsicamente ligadas a esses aspectos da vida, a própria vida, por mais que
a juventude não nos desse a noção exata dessa dimensão, por assim dizer.
Portanto, é importante notar que a figura de Logan neste
novo filme, que sempre foi explorada nos quadrinhos sob esses dois aspectos – pois
é, homens viris, livres, rebeldes, sempre foram sex simbols na indústria cultural
do século 20 e da primeira década do século 21, quiçá ainda resistam hoje –,
nunca tivesse matado tão explicitamente na série X-Men.
Mas o filme começa logo com uma cena de ultraviolência onde
Logan atravessa crânios e decepa pernas e braços com suas garras de adamantium.
Nunca antes na história dos longas-metragens da Marvel se viu tamanha violência
da parte dele.
Os que ansiavam pelo Logan de verdade, como eu, se regozijaram.
Ora bolas, afinal de contas a arte serve para dar vazão a emoções e sentimentos
que a gente não pode extrapolar na vida real. A vontade de matar, de agredir quem
é mal ou nos sacaneia, essa sempre foi a função icônica presente em Logan. Seja
bem-vindo Wolverine, e adeus.
Logan sempre foi explorado na série cinematográfica dos X-men
como um bom moço. O aspecto predominante era de alguém que até poderia ter
matado, mas que nunca mais deveria fazer isso, dado o código de ética implantado
por Charles Xavier.
No futuro de Logan, o filme (o futuro para o qual caminha a
humanidade, pelo que se pode apreender da guinada conservadora e fascista do
mundo atual), a vida se torna banal. Cientistas manipulam genes e DNA para
criar seres mutantes que devem funcionar como armas humanas. Nesse contexto, matar
ou morrer é só um detalhe. Mas a luta prevalece.
E isso faz Logan ser bom como nos quadrinhos de adultos de antigamente. O faz
resgatar a densidade das páginas que folheávamos na juventude. E, agora,
podemos compreendê-las de fato, inclusive em seus aspectos existenciais,
filosóficos.
Ademais, vale ressaltar que o aspecto sensual de Logan,
superexplorado nos demais filmes da série, acabou por ser anulado
completamente. Até a pequena Laura parece meio andrógina e tão violenta que
qualquer aspecto de sensualidade é nulo. Não há uma musa, uma diva, nada. Um
filme realmente fora de série, no sentido de fugir dos lugares comuns dos
grandes blockbusters.
Eu
não chorei, não. Mas foi quase. Celebrei a morte, como parte inevitável da vida. Difícil mesmo foi
suportar o engarrafamento depois na Júlio César, voltando do Shopping Grão Pará,
por causa do show da Marília Mendonça e companhia. Escolha um dia bom, se você
ainda não viu, e vá ver.
quinta-feira, 16 de março de 2017
A história social e econômica da música paraense
Preparei um
curso sobre a cena musical do Pará para a escola G2 Muhsica. O primeiro módulo
terá como tema a origem e a história social e econômica do carimbó. Segue o
release de divulgação do mesmo.
O curso Cena Musical da Amazônia
(Cema) foi formulado a partir dos estudos do Prof. Elielton Nicolau Amador,
jornalista e pesquisador, Mestre em Ciências da Comunicação pelo Programa de
Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM) da UFPA. Também músico e
produtor cultural, Nicolau teve como objeto natural de pesquisa a cultura
musical, fossem nos estudos culturais de gênero ou na sociologia da cultura,
fossem nas possibilidades de gestão de carreira.
Elielton foi um dos gestores do
projeto Pará Pró Música, do Sebrae-PA, e coordenador do ponto de cultura Bafafá
Pro Rock, além de ter sido guitarrista das bandas Norman Bates, Suzana Flag e
Coletivo Rádio Cipó. Como produtor e assessor de comunicação, realizou
trabalhos de direção artística e marketing de carreira com artistas como Thais
Ribeiro, Nanna Reis, Zarabatana Jazz Band, Leornardo Coelho de Souza, Augusto
Hijo, Quaderna e Sebastião Tapajós, entre outros.
Lecionou Produção Musical e
Produção Audiovisual, pelo programa Pronatec, na Escola de Música da UFPA, e,
em sua dissertação de mestrado, estudou a formação e a relação da cena musical
de Belém com a cena musical nacional, bem como a sociologia do artista dentro
dessa cena.
“A Cena Fantasma – Um olhar sobre a
música popular massiva da Amazônia”, trabalho ainda não publicado em livro mas
disponível no acervo do PPGCOM/UFPA, traz análises sobre a formação do rock
local, do início do processo de massificação do carimbó, da relação da cena da
música popular com a cultura regional e a contracultura. O trabalho também
expõe a cultura profissional musical com a cena que ganhou destaque nacional
antes e a partir desta década com projetos como o Terruá Pará.
Com base nesse estudo e nos estudos
de autores locais como Alfredo Oliveira, Fábio Castro, Tony Leão da Costa,
Maurício Dias da Costa e Marcelo Gabbay, além da produção de jornalistas como
Edgar Augusto Proença, Vladimir Cunha e Ismael Machado, entre outros, e a
pedido da Escola G2 Muhsica, Nicolau preparou este curso para estudantes de
música, de comunicação e de artes em geral.
A ideia é transmitir saber e
conhecimentos sobre a formação e uma das mais ricas e criativas cenas musicais
do mundo. O estudo é enriquecido pela análise de autores nacionais e
estrangeiros, como Frédéric Martel, Michel Maffesoli, Renato Ortiz e Marcia
Tostas Dias, entre outros, que discutem de forma global o papel das artes e da
indústria cultural no mundo e no Brasil contemporêneo.
Este conhecimento há de dar, na
formação de músicos e profissionais das artes e da comunicação, uma base sólida
para explorar as potencialidades artísticas, mercadológicas e conceituais
locais. O curso traz, em primeira mão, para jovens futuros profissionais uma
visão ampla e crítica (de conhecimento) sobre os gêneros musicais locais. O
primeiro módulo com 15 horas será ministrado na escola G2 Muhsica a partir de
abril, com o tema “Carimbó – Origem e História Social”. As vagas são limitadas
e podem ser reservadas na Escola.
SERVIÇO:
Curso Cena Musical da Amazônia
Módulo 01 – Origem e História Social do Carimbó
Matrículas Abertas. Início em
abril.
Informações e reservas: (91) 3351
3352 (G2 Muhsica) ou (91) 98168 7474
(wtsapp)
Facebook.com/escolag2muhsica
quarta-feira, 15 de março de 2017
Karnal e o maravilhoso mundo encantado das ideias
Intelectual que ganha fama ensinando
o básico sobre ética às massas por meio de vídeos no Youtube se mostra em jantar
de vinhos finos em companhia de juiz professor que demonstra tendência intelectualmente
suspeita. Sua posição de “trânsito” parece coerente, mas é suficiente no mundo
de hoje?
Foto de jantar de Leandro Karnal com Sérgio Moro virou meme na Internet |
Era sábado de manhã e eu estava no
estúdio do grande guitarrista Ziza Padilha para gravar a faixa de Eloi Iglesias
no meu disco quando vi pela primeira vez a foto de Leandro Karnal com Sérgio
Moro. Na hora a postagem causou espanto nos presentes no estúdio. Não
somente porque parecia um escárnio, mas porque o escárnio estava expresso pelo
autor da postagem quando falava que aquele fato poderia causar estranhamento em
algumas pessoas, afirmando que a vida não é “linear”.
Karnal experimentou um ataque “virulento”,
como disse Ricardo Boechat dias depois na rádio, antes de apresentar a coluna
semanal do professor de História da USP. O intelectual acabou virando tema das
mais diversas análises e teve que se esforçar muito para poder se justificar
diante de seu “público”.
Vi Karnal algumas vezes em vídeos que
viralizaram na internet discutindo temas como ética e política. Nos poucos vídeos
que vi, Karnal parecia defender uma visão progressista um pouco mais a esquerda
do pensamento liberal conservador que ganha cada vez mais espaço no Brasil do
golpe parlamentar. Curioso com a repercussão da postagem de Karnal, fui “investigar”
um pouco mais a fundo seus posicionamentos.
Em um vídeo no youtube ele fala sobre
feminismo e não se esforça muito para atender às expetativas das tendências
neofeministas extremas, apesar de certo constrangimento. Isso me pareceu pouco
popular apesar dos eufemismos que ele empregava. Vi outro vídeo onde Karnal diz
que a visão de ter sido golpe ou não ter sido golpe o impeachment de Dilma é
uma questão de ponto de vista, já que o processo é sempre um processo político
e depende da base de apoio que os presidentes na democracia acabam construindo,
ou não.
Noutro vídeo, Karnal afirma que “ser
de esquerda” ou “ser de direita” é um modo viciado de pensar, já que coloca as
pessoas em “caixinhas”, sendo que as mesmas são complexas. Que ora podemos
pensar de acordo as visões liberais ora podemos pensar de acordo com visões
progressistas, tidas como “de esquerda”.
De fato, eu pensei: “Karnal já
havia dado sinais de que pensa livre e pode ser flexível”. Sim, é óbvio que o
intelectual que não se prende a uma ideologia, principalmente ideologias
partidárias, estará aberto a dialogar com todos os lados. Isto estava intrínseco
em todas as suas falas e a grande massa que o tomou por um liberal de esquerda
ignorou tais sinais.
Nas justificativas de Leandro
Karnal e Ricardo Boechat, no citado programa de rádio, ambos parecem defender
uma posição intelectual corporativista. Essa defesa é mais ou menos assim: os
homens de mídia, homens públicos, têm direito a ter opinião, a defender suas
visões e ter o comportamento que acham coerente; e o fascismo expressionista
das redes sociais é extremante injusto com quem se arrisca a dizer o que os outros
não querem ouvir.
Sim, esta é uma defesa
absolutamente coerente. Mas é preciso ressaltar outro aspecto em defesa do
grande público e das grandes audiências que se sentiram traídas por ele. A
partir de sua postagem, Karnal foi execrado pelos esquerdistas e ponderado
pelos direitistas (o que antes não era comum). De toda forma, ele tornou-se transitável
entre os dois lados. O que pode ser considerado uma virtude em um Brasil
dividido como o de hoje. Dilma Roussef assumiu seu segundo mandato, antes do
impeachment, pregando que era necessário construir pontes entre esses dois “Brasis”.
Acabou por nos deixar a pinguela de Michel Temer. Pinguela necessária segundo a
visão de Fernando Henrique Cardoso.
Tudo muito coerente e virtuoso. Em
tese. E é esse o grande problema. Os intelectuais, assim como os políticos,
acabam por defender sempre um ponto de vista corporativista. O que uniu Karnal
a Sérgio Moro, pelo que consta da minha “investigação” nas redes sociais, é uma
especialização da PUC do Rio Grande Sul sobre economia financeira com grandes
nomes midiáticos do “pensamento Brasileiro” contemporâneo, incluindo Karnal,
Moro e Clovis de Barros Filho, outro professor que faz sucesso no mundo virtual
com suas contundentes teorias sobre a vida cotidiana do trabalho, da ética, da
comunicação etc.
Imagino que não deva ser barato ter
esses três, entre outras figuras ilustres, como mestres em um curso de
especialização da PUC. É justo pagar por um conhecimento tão rico. Cada um ali
está fazendo o seu papel. O problema é que o mundo de hoje preserva poucas
zonas de conforto. E o mundo das ideias tornou-se uma zona extremamente
confortável para os intelectuais em um mundo cada vez mais perigoso para a
gente comum.
Karnal e outros intelectuais ganham
notoriedade e fama ensinando o elementar (para quem não estuda ou estuda pouco)
para as massas pouco letradas e aproveitam a fama apara encher os bolsos. É
justo. As grandes massas devem achar que se ganha a vida como? Mas esperam que
ganhar a vida com o pensamento exija coerência. E mesmo inconscientemente anseiam por um
conhecimento mais profundo, que efetivamente mude as suas vidas. Mas o que de
fato esses intelectuais ensinam sobre a vida prática do Brasil de hoje? O que
fazem para mudar uma realidade que eles mesmos apontam viciada?
Alimentam (e se alimentam, de certa
forma) da ignorância alheia para beber vinhos finos na companhia de quem
interfere drasticamente (e, por vezes, parcialmente também) na realidade das
massas brasileiras. E esperam sair ilesos. Ou melhor, esperam sair ovacionados.
Sem dúvida, a contribuição
intelectual para a compreensão política e a vivência brasileira hoje é uma
grande contribuição. Mas a mudança não se dá apenas por meio da compreensão,
mas da ação. Nesse caso, o que se espera às vezes mesmo inconscientemente das
massas é que os letrados ajam com coerência e efetividade. Não com sarcasmo ou
isenção absoluta. Nesse novo mundo até Hermes perde seus privilégios.
Para saber mais:
Karnal e Moro em Especialização da PUC:
Conversa com Boechat:
Sobre machismo na filosofia:
Sobre golpe:
Sobre esquerda x direita:
terça-feira, 14 de março de 2017
Pará Música suspende oficialmente as atividades
Depois de quase seis anos no ar, acervo fica
disponível para artistas e pesquisadores da música paraense interessados em acessar as quase 1500 reportagens e notícias publicadas
Depois
de quase seis anos no ar, declaro oficialmente que o Pará Música está
oficialmente suspenso por tempo indeterminado. Com recursos da Lei Semear para
se manter por seis meses, o site ficou no ar por dois anos em plena atividade;
depois se manteve por mais um ano graças aos anúncios da Secretaria de Estado Comunicação do Pará (Secom), mantendo uma contribuição significativa para a
produção musical paraense por pelo menos quatro anos, bem como ajudando a
formar jovens profissionais de comunicação.
Nos
últimos dois anos, porém, tem se mantido com extrema dificuldade, sem patrocínio e apoio, a não ser dos próprios artistas e alguns colaboradores. Dadas as dificuldades financeiras, o site ficou fora do ar por três semanas no mês passado, por falta de pagamento do domínio. Conseguimos restabelecer o domínio para deixar o conteúdo e o acervo do site à disposição dos artistas, curiosos e estudiosos do tema. O manteremos assim por quanto tempo for possível. Mas as atualizações serão suspensas.
Caso
haja novos projetos ou novas formas de manutenção do projeto, o público será
informado. Agradecemos a todos os colaboradores e todos os artistas que nos
apoiaram ao longo desses anos. Continuarei a dar pequenas e modestas
contribuições como jornalista e crítico através deste blog, sempre que possível falando de música, mas não somente. Abordarei temos como a
comunicação, a política e as ciência do cotidiano, bem como a minha carreira
musical, a qual darei um pouco mais de atenção ao longo deste ano. Não serei mais um
crítico, serei mais um comum. Um colega dos muitos músicos e artistas que muito me
ensinaram ao longo desta jornada. Obrigado a todos eles.
Elielton
Nicolau
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